sábado, abril 22, 2006

DAVOS INTERNATIONAL CATS FORUM

O Excelentíssimo GATOPARDO cumpre o dever de informar os leitores (as) ilustres que está de partida para DAVOS onde vai chefiar a delegação nacional ao INTERNATIONAL CATS FORUM - 2006.
Do programa consta uma participação na Assembleia, em que vai dissertar sobre temas ligados ao fenómeno do Fundamentalismo entre os Humanos.
Assim, queridos leitores (as), só nos resta prometer voltar muito em breve com novas de gatarias internacionais...

GATO OPERÁRIO

Em Lisboa, as indústrias foram-se instalando, lenta e gradualmente, à beira-rio, ao longo do século XIX. Na zona ocidental da cidade, desse núcleo indústrial primitivo resta o estaleiro naval da Rocha, propriedade da Administração do Porto de Lisboa e explorado por um concessionário, a empresa NAVALROCHA.
É um espaço onde em tempos se construiam navios e onde hoje se fazem reparações. Mais parece um museu indústrial, pelo ordenamento do espaço e pela arquitectura de época muito marcada e bem preservada.
Foi no estaleiro que há dias o GATOPARDO e a sua prestável Nikon se cruzaram com o GATO OPERÁRIO. Apanhado em flagrante, escondido no meio de um emaranhado de metais, o olhar alerta face ao intruso.
Durou poucos segundos: fotografei e ele desapareceu de imediato.
Se calhar além de operário é militante em alguma organização na clandestinidade.

quinta-feira, abril 20, 2006

GATA BRANCA DAS DOCAS

Vinte de abril de doismileseis lá pela tardinha, ali para o lado da Doca de Alcântara, em Lisboa, mesmo ao pé do Speakeasy.

O GATOPARDO em passeio abraçado à sua Nikon.

Uma gata branca e preta encardida a andar junto à beira do cais. De repente, mergulha num vaso com um arbusto, e eis a Princesa da Doca a saborear a doce liberdade à sombra, na primeira tarde de Verão do ano - ainda que por antecipação.

Umas fotografias, a artista a fazer pose...

E a gatinha do cais por lá ficou...

terça-feira, abril 18, 2006

O GATO DO FARAÓ

Eu sou o gato esguio e atento que costumava sentar-se sobre um tapete bordado a ouro, à direita do Faraó. A ternura que ele me dedicava converteu-se em verdadeira veneração quando se apercebeu da minha genuína origem divina. (...)
Quando viajávamos ao longo das margens do Nilo, eu era o ser vivo que mais perto dele podia estar, dormitando ao seu colo e recebendo o consolo dos seus lentos afagos.

Excerto do conto Bastet Malraux e o Faraó, in Amados Gatos, de José Jorge Letria

Gato Amarelo fotografado pelo ET no dia de Páscoa junto à cabana da Avó do Capuchinho Vermelho, em plena floresta.

sábado, abril 15, 2006

GATOPARDO INFORMATIZADO

Quem disser que os GATOS são animais irracionais, está a proferir um disparate tremendo. Aqui o GATOPARDO adaptou-se perfeitamente às novas tecnologias de comunicação, apesar de não abdicar de umas miadelas discretas sempre que lhe dá na real gana. Progresso sim, mas sem perder as melhores tradições de sempre...

E por este andar, com tantas horas ao computador, qualquer dia ainda vou precisar de óculos, ou talvez lentes de contacto preservem melhor a minha imagem de verdadeiro GATOPARDO, género feminino, porque a verdade é que sou uma gata burguesa, muito mimada e bem tratada.

BOA PÁSCOA para toda a gataria das vizinhanças e respectivos Amigos/as

WILD THING


I never saw a wild thing sorry for itself
D. H. Lawrence


Nunca vi uma criatura selvagem arrependida
Foto e tradução do ET

quinta-feira, abril 13, 2006

GATOS SOLTOS


Of all God's creatures there is only one that cannot be made the slave of the lash. That one is the cat. If man could be crossed with the cat it would improve man, but it would deteriorate the cat.

Mark Twain, Notebook

Fotografia do Gato Pardo - 2005

AMADOS GATOS


Gatos e Livros são duas fontes de inspiração e alegria para o GATO PARDO. Cá na casa há uns Gatos e muitos livros. De entre estes, alguns livros de gatos.
Este AMADOS GATOS, de José Jorge Letria é uma presença de cabeceira para ler e reler. Sempre a saborear pequenas histórias ficcionadas cujos personagens são gatos de gente famosa, que os soube entender e amar, ou pura e simplesmente detestar, caso de Júlio César e Napoleão.
A maioria das edições sobre gatos disponíveis no mercado livreiro português são colectâneas de estrangeiros mal traduzidos, em que se percebe o instinto comercial da editora a fornecer presentes com capa atractiva para apreciadores de gatos.
José Jorge Letria, pelo contrário dá-nos uma obra prima. Pequenos contos numa prosa feita poesia e simplicidade. Páginas em que os gatos se passeiam a partilhar encantos e mistérios, só para apreciadores.
Claro que o Autor tem nove gatos em casa, que de certeza não são estranhos à qualidade do resultado final.
O GATO PARDO recomenda vivamente.

GATOS PACIFISTAS

Em 1968 foram enviados para o Vietname vários gatos que tinham recebido um treino especializado, para serem testados na selva. O teste, como grande parte dos donos de gatos já deve ter adivinhado, foi um fracasso.
Extracto do relatório oficial sobre o assunto :"...o animal conduzia as tropas a correr pelo meio da vegetação densa, numa perseguição a ratos e pássaros..."

Condensado de
Histórias Verdadeiras de Gatos, de Karen Dolan

Fotografia do Gato Pardo - 2006

domingo, abril 09, 2006

GATA BRANCA, GATO PRETO


O Gato Pardo hoje andou a passear junto à margem sul do Tejo, numa antiga zona industrial meia abandonada.
O local é muito bonito, com uma vista deslumbrante sobre o rio e a cidade de Lisboa. É habitado, segundo testemunhos de uns gatos locais, por diversas tribos de felinos não filiados em partidos nem aboletados em casas humanas. É uma comunidade felina hippie com sensibilidade e bom gosto quanto baste na escolha do seu território. Aqui ficam duas das imagens registadas.

Acrescente-se que achei estes gatos tristonhos, tão diferentes dos congéneres que às vezes encontro nas ruas de Londres, altivos, com o pelo a brilhar e bem alimentados de papas e mimos.

A forma como os animais são tratados define em multiplos aspectos as qualidades dos humanos respectivos. E por cá a dedicação é pouca..., como se pode vislumbrar na advertência, escrita numa porta da zona, contra quem se atreva a alimentar os gatos...

Texto e fotografias do Gato Pardo- 2006

terça-feira, abril 04, 2006

GATOS E FOTOGRAFIAS (Para a Pug e a Caiê...)



Cada fotografia é uma história.
Há a imagem, em negativo e positivo e, para lá do que se regista, há como que um aspecto mais íntimo: o momento único que proporcionou esse registo.
Os gatos a preto e branco das fotografias deste "post" e dos anteriores encontraram-se comigo na ilha de Rodes em Março de 2005.
Sempre que por lá tenho passado, ficam gatos de recordação.
Uma vez quiseram-me dar um gatinho muito pequeno, que tinha a mesma particularidade de Alexandre da Macedónia: um olho azul e outro verde.
Desta última estive junto ao mar, rodeado de uns gatos lindos, um dos quais me acompanhou pelas ruas...
Enfim, um gato numa fotografia é um personagem de uma história que podia ter sido escrita.
E, claro, os gatos são uns sábios, conhecem os amigos de imediato.

Texto e fotografias do Gato Pardo - 2006 e 2005

O GATO DO RAMALHETE


Um gato Queiroziano:

(...) um livro na mão, o seu velho gato aos pés. Este pesado e enorme angorá, branco com malhas louras, era agora (desde a morte de "Tobias", o soberbo cão são-bernardo) o fiel companheiro de Afonso. Tinha nascido em Santa Olávia, e recebera então o nome de "Bonifácio": depois, ao chegar à idade do amor e da caça, fora-lhe dado o apelido mais cavalheiresco de "D. Bonifácio de Calatrava": agora, dorminhoco e obeso, entrara definitivamente no remanso das dignidades eclesiásticas, e era o "Reverendo Bonifácio"...

Texto de Eça de Queiroz, in "Os Maias" - 1888; fotografia do Gato Pardo - 2005

PRIMA MINIE

Faz parte de uma Família apreciadora de gatos há já algumas gerações. Chama-se Minie e é a prima mais nova do Gato Pardo, a tal que vive em Lisboa num bairro com lindos palácios e prédios antigos restaurados.

Coube-lhe ocupar o lugar de uma velha Gata da mesma côr, chamada Rainha, que levou uma vida inteira de vádia nas ruas até arranjar emprego num escritório em Belém. Optou por uma reforma antecipada passando a dedicar-se por inteiro à Família. Até um dia em que a doença levou a melhor.

Foi um grande desgosto, mas no entretanto a Minie foi encontrada muito pequenina na rua e adoptada. Digam lá se não há gatas com sorte?

Texto e fotografia do Gato Pardo - 2006