NOVAS DO TRIPÉ

Olá, cá estou eu, de boa saude, a crescer e fazer muitas asneiras e bricadeiras, intervaladas com longas horas a dormir..
E os gatos grandes são todos meus amigos. Arranjei o que se chama uma rica vida.

Miau e beijinhos

BANQUETE DO BOCAGE

Principia o banquete, que constava
De dois gatos achados num monturo,
E de raspas de corno, de que usava
Em lugar de pimenta o preto impuro:
Em sujo frasco ali se divisava
Turva água-pé: fatias de pão duro
Pela mesa decrépitas espalhadas
A fraca vida perdem às dentadas.

Poema de Manuel Maria Barbosa du Bocage in Poema Num Só Canto - canto XXI

Um poema marialva do nosso desbocado Bocage, a ler com a atenção que os animais mal tratados nos merecem e a realçar a necessidade de bem tratar os gatos, e todos os outros seres que connosco partilham espaços e direitos.
Especialmente neste período de férias que se avizinha, aumenta o número de animais abandonados (e também de idosos nas urgências dos hospitais públicos registados com dados falsos). Estes comportamentos são inaceitáveis...

O poema, sobre gatos consumidos num banquete retrata um aspecto da mentalidade marialva que se espelha em maus tratos à bichanada. Tradição antiga que subsiste em agressões diversas. Por alguma razão corre a expressão "Gato por Lebre". Como no caso daquele grupo de velhos amigos que se reuniam periodicamente para almoçaradas e um dia um deles garantiu que ninguém lhe dava o dito por lebre. O festim seguinte foi "coelho" à caçador, todos apreciaram e elogiaram, e no fim, o anfitrião mandou vir as cabeças dos..."gatos". Isto aconteceu em Palmela, há 80 anos.

AMAR OS GATOS NA SAÚDE E NA DOENÇA

Os nossos gatos amados são para sempre. Nas alegrias e na tristeza. Como quando ficam doentes. Como o querido GASPAR, este gatarrão amarelo. Um problema de fígado. À aflição da dona, junta-se a incerteza quanto à evolução da sua saúde. Que é forte, que está a reagir bem, numa clinica para felinos, com a dedicação da médica veterinária que até gosta muito dele. Mas de momento não há certezas. Ficamos pelas esperanças de o ver de novo em plena forma, e pelo desejo de que os nossos gatos muito amados sejam para sempre.

Boa recuperação, GASPAR...

Texto e fotografia do ET - 2006

LE CHAT qui ne ressemble À RIEN

Le chat qui ne ressemble à rien
Aujourd'hui ne va pas trés bien.

Il va visiter le Docteur
qui lui ausculte le coeur.

Votre coeur ne va plus bien
Il ne ressemble à rien.

Il n'a pas son pareil
De Paris à Créteil.

Il va visiter sa demoiselle
Qui lui regarde la cervelle.

Votre cervelle ne vas pas bien
Elle ne ressemble à rien.

Elle n'a pas son contraire
A la surface de la terre.

Voilá pouquoi le chat qui ne ressemble à rien
Est triste aujourd'hui et ne va pas bien.

Poema de Robert Desnos in La ménagerie de Tristan, foto do gatopardo - 2006

VIAGENS PATROCINADAS PELO GATOPARDO

É recomendado pelo GATOPARDO, em perfeita simbiose com o ESCORPIÃO TINHOSO. Chama-se VIAGEIRO CIRCUNSPECTO o novo espaço acabado de criar que apresenta imagens e palavras em jeito de circunspecção itinerante. Por aqui e por ali. Em pensamento, traduzindo desejos ou seguindo impulsos sem rumo. Por cá ou para além do mar. Em descoberta de mundos salpicados das melhores cores de umas quantas vivências.Talvez por gostar de sonhar e ir concretizando alguns desses devaneios como viageiro circunspecto. Aqui fica o convite

VIAGEIRO CIRCUNSPECTO, Escorpião e Tinhoso...

GATOS DO PORTO SANTO (seniores)

A recente expedição do Gatopardo por terras insulares não foi propriamente pródiga em registos fotográficos da população felina local, mas este gato cinzento aceitou dar a cara em representação dos gatos séniores de Porto Santo.
Vi muitos outros gatos, em especial de pelo amarelo, os que melhor se adaptam em termos de camuflagem aos tons da paisagem. Há também gatas lindas, tricolores brancas amarelas e pretas. Mas diga-se a bem da verdade que em visitas anteriores vi muito mais gatos que agora. Enfim, talvez os ares atlânticos do Porto Santo não favoreçam a gataria. Ilhas cheias de gatos, aconselha-se mesmo as do Mar Egeu. Não há gatos ilhéus e cosmopolitas como os de Santorini.

Fotos e palavras do Gatopardo - 2006

GATOS DO PORTO SANTO (juvenis)

De regresso da ilha de Porto Santo, o prometido é devido e aqui ficam estes dois irmãos gatos porto santenses, que logrei fotografar enfiando a teleobjectiva por dentro da cancela de uma casa. Também vi a mãe dos meninos, mas esta não se dignou a pousar para o retratinho.

GATOS ILHÉUS

Vim passar uma semana a uma ilha atlântica de que gosto mesmo muito. Tem a melhor praia do mundo, com 9 quilómetros de areia. Antigamente tinha muitos burros, muitas gatas tricolores... Embora com alguma lentidão, o progresso também está a chegar cá, e já não se vêm tantos gatos na rua. Quando voltar prometo mostrar alguns, se tiver a sorte de os fotografar...

LIBERDADE SOFRIDA

Na vida tudo tem o seu preço, seja ela vivida numa lógica de quatro patas ou apenas duas. Este gato amarelo é um resistente da liberdade numa pequena colónia no molhe sul da marina de Oeiras.
Um local onde já houve imensos gatos e gatas e os inevitáveis bébés. Permanece este macho envelhecido precocemente na azáfama diária de sobreviver um dia a seguir ao outro. E transmitir os seus génes às gerações seguintes.
Por lá vai passeando, entre os rochedos e uns miaus a pedir gata, o olhar triste, uma orelha ferida de lutar pelo seu território, que a selva também passa pelo mundo dos gatos vádios, sofridos numa liberdade a prazo.
Até sempre, gato macho amarelo de Oeiras.

Texto e fotografia do Gatopardo - 2006

GATOS INTERACTIVOS

Gatos, sempre gatos, pelo menos por aqui.

Gatos encantados, personagens misteriosas. Especialmente para quem confunde determinados mitos com a realidade. Há muita ignorância e preconceitos associada aos nossos queridos gatos.

São criaturas muito sensíveis e inteligentes. E sociáveis. Muito sociáveis, se tivermos em conta os maus tratos a que na rua, tantas vezes estão expostos. De tal forma que é relativamente fácil obter a confiança de um gato de rua e estabelecer uma relação. Mesmo que só naquele momento, por nunca mais nos encontrarmos. É que os gatos têm uma espécie de sexto sentido para avaliar rapidamente os seus interlocutores. Defendem-se de elementos humanos suspeitos, pois claro. Mas também sabem confiar e interagir. São generosamente dignos. Com a presença, o olhar profundo. Independente e acima de tudo, mágico.

Foto e texto do Gatopardo - 2006

GATOS, POR QUE SIM...

A curiosidade de uma visita, hoje, fez-me escrever estas linhas. Como confissão, devo assumir que tenho gatos, por que sim.

Por que gosto muito dos meus Amigos. Por que são parte da minha vida. Praticamente desde sempre, como tenho vindo a contar neste blog. O espaço é tão deles como meu. A casa é razoavelmente grande, dá bem para um Gatopardo, uma Menina e 4,9 gatos.

Com muitas janelas por onde entra o sol. (E sobra espaço para muitos livros...).

Por que tenho por forma de vida procurar as coisas de que gosto mesmo.

Para além dos meus (a Nina e o Barrabás, juntos na foto, a Kikas, o Garfield e, agora, também o Strider), tenho muitos afilhados espalhados por outras casas. De pessoas que gostam tanto de gatos como eu. Como nós. Trazidos da rua.

BÉBÉ TRIPÉ DA TIA NINA

Para todas as Amigas e Amigos do pequeno Tripé, que afinal se chama STRIDER, por opção da sua dona dedicada, aqui ficam as ultimas imagens do gatinho das docas.
Está a crescer muito depressa, e já se rendeu ao conforto do sofázinho, pois claro.
E gosta muito da tia Nina.
Os gatos grandes têm paciência para o STRIDER, e isso ajudou à sua adaptação.
O seu novo mundo é bem diferente da rua, quase o paraíso, não fosse uma senhora empregada que teima em limpar a casa com um mostrengo esquisito a que chamam aspirador... Beijinhos a todos do STRIDER (Tásse bem, miau...)