
Uma janela simples de uma casa decrépita num vale decadente de Lisboa.
De repente, um GATO PRETO de coleira encarnada, gordo na sua felicidade burguesa de felino doméstico, assume à janela, indiferente.
Indiferente à depressão colectiva a que os locais agora chamam crise.
Indiferente à miúda de calção azul que estende roupa.
Indiferente ao céu brilhante e luminoso daquele dia quente de verão.
Indiferente ao pombo rafeiro que ousa esvoaçar ao alcance de Sua Excelência e à curiosidade do observador, para quem aquela janela passou a ser a do
GATO PRETO de coleira encarnada.
Foto e palavras de ET estacionado no vale do Rio Seco, em Lisboa a 7-07-2005